quinta-feira, 17 de julho de 2008

E você como se protege?

É muito comum assistirmos (principalmente em época de carnaval) vinhetas e propagandas do Ministério da Saúde do Estado de São Paulo e até mesmo do Governo Federal sobre a prevenção e o combate as DST´s , instruindo o “seu” povo sobre os cuidados e métodos preventivos . Infelizmente esse tipo de abordagem tem como objetivo um único grupo e em nenhum momento existe uma abordagem homossexual. E quando o tema é a mulher homossexual ai a coisa desanda.Fiz uma pequena pesquisa em um Centro de Atendimento á Saúde do SUS onde minha mãe trabalha , e constatei que infelizmente não existe preparo e cuidados dos profissionais da Saúde quando se é abordado esse tema.

Quando foram perguntados , quais eram os métodos de proteção e quais os cuidados a serem seguidos , fui respondido com um sorriso sem graça e indicado procurar O Programa de Assistência Integral á Saúde da Mulher (PAISM).Infelizmente nem o PAISM soube me responder a pergunta .Que vergonha! Isso caracteriza a maior forma de descaso e preconceito que pude presenciar em toda minha vida , como um Estado , como um Pais , esquece de uma parte do seu Povo? A saúde hoje também é classificada em Homossexual e Heterossexual?


É muito preocupante , porque segundo algumas pesquisas feitas com lésbicas no Estado de São Paulo , foi constatado que metade das mulheres entrevistas vão menos de 1 vez por ano ao ginecologista , existe uma dificuldade de acesso e a falta de informação é tão grande que infelizmente a maioria acha que esta livre das DST´s e da Aids por se relacionar com mulheres, coisa que não é verdade . A falta de informação adequada faz com que lésbicas criem grupos de riscos e não praticas de riscos , isso tudo se agrava com essa falta de preparo dos “profissionais” que citei logo acima .

Além disso tudo a mulher sofre com reações preconceituosas e descaso do gineco ou da ginecologista após a revelação de sua orientação sexual . Temos que salientar que o risco de contaminação é muito maior entre as mulheres do que entre os homens , pois ela pode ser transmitida não só através da relação sexual , mas também durante o beijo(Quando ambas apresentem feridas , herpes ou machucados , são casos bem raros e específicos) , sexo oral , “brincadeira” com dedos , brinquedos , enfim tudo que faça o contato com a região e com sua mucosa . Hoje ainda não existe nenhum método de prevenção 100% seguro quando falamos da relação entre mulheres, o que posso dizer é que o cuidado com a higiene deve ser absurda de grande! É de extrema importância,a utilização de camisinha masculina nos casos dos brinquedinhos (lembrem-se sempre de trocá-la quando forem ... digamos que revezar).

Antes eram distribuídas em algumas ONGS um “kit” nada estimulante, confortável e simpático para esse fim , que continha uma camisinha para ser recortada com tesourinha, plástico filme de cozinha para utilizar no sexo oral, luvas cirúrgicas. Esta em desenvolvimento uma espécie de “short camisinha” , mas sem prazo de ficar pronto . Por isso é legal darmos uma atenção um tanto quanto especial para esse assunto . Logo abaixo vou colocar as principais DST´s e seus sintomas em mulheres(Já conhecemos né? Mas vale apena lembrar , ou “ver de novo”) . Vale dizer que hoje existe um projeto que se chama “Chegou a hora de cuidar da saúde” que é voltado para as Lésbicas e Bissexuais. O site esta logo abaixo.

Um grande Beijo

1. SÍFILIS: Os sintomas são muito variados, mas geralmente há o aparecimento de gânglios, que são os órgãos responsáveis pela defesa do organismo, conhecidos como ínguas. Esse gânglios vão estar aumentados e dolorosos e aparecem geralmente na virilha. É uma doença muito séria, mas que tem um tratamento rápido, seguro, barato e eficaz se for descoberta a tempo.

2. Gonorréia: ou blenorragia A gonorréia também é uma doença causada por bactéria e as formas de transmissão são muito parecidas com as da sífilis, ou seja: sexo oral, vaginal, anal, beijos, dedos, brinquedos.Além de tudo o nome feio prá caramba, · Corrimento vaginal · Dor no canal da vagina com irritação · Alterações intestinais O tratamento também é rápido e eficaz, mas deve ser feito com rapidez.

3. Herpes: A herpes é causada por um vírus, não tem transmissão exclusivamente sexual, mas aparece com uma freqüência maior em regiões como boca e genitais. O herpes é uma doença da pele, que aparece sob a forma de pequenas vesículas com líquido transparente dentro. Neste líquido há uma quantidade muito grande de vírus, que infectam outras pessoas onde quer que haja o contato. As vesículas coçam e ardem, uma dor em queimação. E, uma vez contaminada, a pessoa fica com o vírus latente no corpo para sempre, mas quando sofre algum tipo de desequilíbrio físico ou emocional, como estresse, insolação, queda de resistência, o vírus sai deste estado de latência e a doença reaparece. O tratamento é feito com pomadas, medicações injetáveis e comprimidos, e apesar de não levarem à cura, agem diminuindo o tempo de duração das existentes e previne o aparecimento de outras.

4. Candidíase: Os sintomas coceira vaginal intensa, saída de corrimento viscoso esbranquiçado pela vagina, com aspecto de leite coalhado. Em mulheres submetidas a grande estresse físico ou emocional, assim como o uso de roupas íntimas pouco ventiladas (apertadas demais ou feitas com tecidos sintéticos como nylon ou lycra) e a falta de higiene íntima são fatores que predispõem a um maior desenvolvimento do fungo da candidíase. Por isso é muito importante se ter uma vida saudável, se alimentar, usar roupas íntimas de algodão, e nunca usar roupas íntimas usadas de outras pessoas, além de não transar ou fazer sexo oral em alguém que tenha corrimento vaginal.

5. Tricomoníase: Os principais sintomas são: corrimento esverdeado , malcheiroso, acompanhado de coceira intensa, dor e irritação na vagina. O diagnóstico é feito pelo ginecologista, na hora do exame mesmo, e o tratamento é com cremes vaginais e comprimidos. 6. HPV ou condiloma Pode passar desapercebido nos casos leves, mas de modo geral provoca verrugas de tamanhos variados que crescem e se multiplicam. O maior problema do HPVé que uma porcentagem dele está associada com o câncer genital (colo de útero) e não tem cura, apesar dos tratamentos serem eficazes para a transmissão e o aparecimento de novas lesões.


(Livreto orienta lésbicas e bissexuais em cuidados com a saúde)http://portal.saude.gov.br/portal/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=24282

( Site da Saúde da Mulher )

http://portal.saude.gov.br/portal/saude/cidadao/area.cfm?id_area=152

4 comentários:

Anônimo disse...

oi edu,
boa sua iniciativa de falar sobre a dst entre mulheres,parabens!
o seu texto apresentou um caracter 100% informativo,e preciso com a referência na qual você deu =].
a cada dia to me supreendendo com os tems de qualidade que voce aborda,e espero me surpreender ainda mais.
eu te mandei um email,e lhe enviei uma possivel sugestão para um futuro post.
beijos

Anônimo disse...

Oi, Du. Passa no meu blog que tem "meme" pra você participar.
Beijos!!!

Rosa Maria disse...

boa Du!!
de novo!

queria tanto estar livre da proteção!
blé

Anônimo disse...

Oi! Peguei o link do seu blog no Y!respostas. Tenho um artigo semelhante que escrevi para um disciplina de antropologia. Se tiver interesse entre em contato.

O seu texto é ótimo, só queria chamar atençao para uma coisinha, no trecho: "Temos que salientar que o risco de contaminação é muito maior entre as mulheres do que entre os homens , pois ela pode ser transmitida não só através da relação sexual , mas também durante o beijo , sexo oral , “brincadeira” com dedos , brinquedos , enfim tudo que faça o contato com a região e com sua mucosa".

Acho que há um exagero aí ou uma comparaçao mal fundamentada. Quando comparamos homens fazendo sexo com mulheres fazendo sexo estamos comparando o que com o que?

Porque sexo anal desprotegido com ejaculaçao dentro é um vetor de transmissao de DST/AIDS muito maior do que duas mulheres nao menstruadas se masturbando mutuamente. Agora por outro lado, quando duas meninas menstruadas "botam aranha para brigar" o risco de transmissao aumenta vertiginosamente.

Acho que a idéia de prática de risco é muito mais interessante do que a de grupo de risco, afinal de contas nao é a condiçao de gay/profissional do sexo/hetero/jovem que te faz vulneravel a DST e sim o que vc efetivamente faz cama.

E aí eu chego num outro ponto... voce colocou que "qualquer pratica com contato de mucosas" transmite DST e é verdade, mas nao apenas entre mulheres e sim entre quaisquer seres humanos. A prevençao de DST entre homens e heterossexuais foca-se apenas na penetraçao, mas o sexo oral e a masturbaçao tambem podem transmitir doenças... E no caso do homem, a ejaculaçao é um grande "fator de risco".

Da sua lista com certeza eu tiraria o beijo enquanto vetor de transmissao de DST, porque ele só oferece risco em situaçoes muito especificas (quando a pessoa tem herpes visivel ou quando ambos estejam sangrando), ou seja, vc pode beijar as pessoas sem pedir um atestado de boa saude...

Nessa história toda, acho que é importante chamar atençao para o que precisa de proteçao e para o que nao precisa, mas entendo a importancia de chamar atençao para a vulnerabilidade das lesbicas a DST, é algo que fica meio esquecido mesmo...